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Sunday, May 09, 2004

Parar na Queima

Estou parado.

Os meus pés absorvem o meu silêncio em contracções de entrega aos sentidos. Estão colados ao chão.
Os sons percorrem o ar em trajectos cintilantes. e os movimentos sinto-os sacudirem a minha forma em hesitações de gente.

A minha cabeça. inclina-se num olhar desviado da loucura, a que os meus olhos se entregam: quero fundir-me com o que me rodeia: eu sei que existo numa fusão de todas as coisas, em que o limite é o nosso olhar. eu sei que esse limite são arestas de luz que (con)fundem comigo no limiar.

Sinto os meus pés a fundirem. e as pernas. o meu corpo derrete. o calor sobe desde o chão. A sensação é boa. e a minha forma espalha-se entre corpos de gente que passeiam de copo na mão.
Agora a minha liberdade deixou de ter forma. Não é possível controlar a minha aparência. não é possível limitar os meus movimentos. só tenho que disfrutar parte de mim não existir.

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