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Sunday, May 16, 2004

Grande a árvore. Corro de encontro a ela: Repetidamente.

Quero derrubá-la. em libertações descontroladas de vontade. quero guiar as suas raízes por poros de terra que sonho. mas choro. choro embates desencontrados com a plenitude.

Abro os braços para o ar. Sorrio o céu. Sorrio as folhas que pairam. Mas a minha vontade ou o meu pensamento não são céu. não são folhas. são divergências de realidade: numa vontade de controlar a natureza. injusta. numa vontade de me desintegrar em explosões de energia e entregá-la às pessoas de quem gosto, em desejos que queria conceder como o génio da lâmpada, na possibilidade de derrubar a perfeição.


Monday, May 10, 2004

Ás vezes quero estagnar momentos. Quero que a magia se prolongue em vagas infindáveis de sonhos. Quero sentir que este nervosismo amador não me abandona a inspiração. ou que o meu corpo não se acomoda e seja sempre inadaptado à surpresa da existência de um momento bom.

Sunday, May 09, 2004

Parar na Queima

Estou parado.

Os meus pés absorvem o meu silêncio em contracções de entrega aos sentidos. Estão colados ao chão.
Os sons percorrem o ar em trajectos cintilantes. e os movimentos sinto-os sacudirem a minha forma em hesitações de gente.

A minha cabeça. inclina-se num olhar desviado da loucura, a que os meus olhos se entregam: quero fundir-me com o que me rodeia: eu sei que existo numa fusão de todas as coisas, em que o limite é o nosso olhar. eu sei que esse limite são arestas de luz que (con)fundem comigo no limiar.

Sinto os meus pés a fundirem. e as pernas. o meu corpo derrete. o calor sobe desde o chão. A sensação é boa. e a minha forma espalha-se entre corpos de gente que passeiam de copo na mão.
Agora a minha liberdade deixou de ter forma. Não é possível controlar a minha aparência. não é possível limitar os meus movimentos. só tenho que disfrutar parte de mim não existir.

Friday, May 07, 2004

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Fui levado pelo vento. já vimos folhas serem levadas. Naquele fim de tarde, eu, sem ser folha. voei.
Aos poucos subi, subi: a uma velocidade que: não quero descrever. que quero guardar para mim. quero sonhar repetir.
Enquanto subia, a minha visão ficava cada vez maior. menor. a terra começava a transformar-se numa bola que afinal não era azul e verde como se vê nas fotografias. era vermelha.
Era vermelha. e com uma nuvem gigante a combater para possuir essa cor. A correr em sentidos estúpidos de uma certeza que agora não tinha. As dimensões deixaram de ser as mesmas. as cores.

Vendo lá de cima, afinal os vulcões estavam activos. explodiam as nuvens. eram os mares, e eram vermelho nos meus olhos, e vendo lá de cima a terra tinha buracos. iam de um lado ao outro. misteriosos. Olhei através deles, mas. não via nada através deles.

O vento continuava a levar-me. como uma folha. uma folha que pode não voltar a cair. pode ser levada a existir num mundo do outro lado do nosso. pode voar para lá. para esse mundo. porque por detrás desta bola há outra que se esconde. sempre. e quem a viu: não a quer descrever.

há uma musica dos Blind Zero a quem devo este texto.


Elevaçoes caucasianas escorregam como lava. Borbulham fumos em espiral , empurrados em agonia pelo vento. as cores do céu mudam de cor com o ritmo intermitente de uma chuva de pedras que me faz correr. fugir no limiar da dor. entrar no panico do alivio.
Gritos longínquos que nao conheço questionam-me o medo e o mistério. refractados. raios de luz entre reflexos de sons aguçados , penetram a terra.permeavel.com força explodem montes de rovha dura de distorsoes.mutantes. as montanhas mudam de lugar à minha volta embatem-se no eco de um lugar melhor. o seu ritmo ferve as entranhas incandescentes de uma fonte seca.que quer marcar o tempo num mater de coraçao indistinto assustado.
uma ignorancia de sons.imprevisiveis.um desconhecer de sensaçoes.uma arritmia de impulsos.um corpo colado à terra que desespera num mergulho para as chamas em musica.bailam num ceu em turbilhao.num mar de ondas sem direcçao que se dissolvem em regressos obliquos de gargallhadas de desespero.

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